quinta-feira, setembro 20

Em crise com o tempo


O que é o Tempo? Parte I


“O Tempo maldita adaga lambendo nossos pés”.
Ted Correa (Nenhum de Nós)

A crise de hoje é com o tempo. Resolvi filosofar um pouco. Isso por que observei esses dias atrás umas ruguinhas me incomodando. Na verdade eu já as tinha percebido, mas hoje especificamente olhei com mais detalhe. E não gostei muito. Daí me veio a crise. A culpa disso tudo é do tempo. Mas que cargas d’agua significa o tempo. O que é ele?

Uma boa pergunta: será que os animais possuem a noção de tempo? Se o seu cachorro te conhece, é porque ele lembra de vc dos dias anteriores? Então ele reconhece o tempo? Sei lá.

Todas essas perguntas que eu já fiz e pelo que pesquisei, vários autores já fizeram o mesmo. E pior. Ninguém consegue chegar num consenso do que é o tempo. Muitas perguntas, poucas respostas concretas. Mas algumas visões penso que já podem ser obtidas. A indagação sobre a natureza do tempo, é um questionamento cotidiano de filósofos, neurocientistas e físicos. Algumas idéias divergem muito, mas há um ponto comum: para enxergarmos com clareza as múltiplas faces do tempo, é necessários encarar o tempo igualmente sob múltiplos ângulos.

Por exemplo, para o psicólogo e filósofo William James, o presente é ilusório não apenas pelo conteúdo atemporal da consciência surgir com atraso em relação ao mundo, ou por dar coerência a uma atividade neural inevitavelmente assíncrona.

Estima-se que mais da metade das conversações adultas se refiram a eventos passados ou futuros, e essa habilidade de ‘viajar’ no tempo, é exclusiva dos seres humanos, segundo os neuroscientistas.

Eráclito de Éfeso que viveu na Grécia entre os séculos VI e V a C. pensava: todas as coisas estão em perpétuo estado de fluxo. Um de seus famosos aforismos diz: “no mesmo rio entramos e não entramos, somos e não somos”. Ou seja, não podemos nos banhar duas vezes no mesmo rio, pois na segunda vez as águas do rio – em perpétuo fluxo – já não serão as mesmas, assim como nós mesmos já teremos mudado.

Para Platão, (IV a C.) o tempo seria uma imagem móvel da eternidade. A concepção da neurociência, nos leva para Santo Agostinho, que viveu oito séculos mais tarde, para quem passado e futuro não existem. Quando olhamos o passado, ele já se foi: e uma memória. Quanto procuramos o futuro, ele ainda não chegou: é uma expectativa – portanto somente o presente existe. Para Agostinho, o tempo seria uma criação da mente humana. Será?

Já Newton acreditava em um tempo absoluto: “O tempo absoluto, verdadeiro e matemático, por si mesmo, e por sua própria natureza, flui uniformemente sem relação com nenhuma coisa externa”.

Essa opinião de Newton prevaleceu por pelo menos 200 anos. Ou seja, um único “agora” preenche todo o espaço na visão dele. Isso quer dizer que onde vc está lendo este texto e o cosmo de plutão são o mesmo agora, ou o mesmo tempo.

No século XX, vários inconvenientes a teoria de Newton dilaceraram os alicerces da física clássica. Nesse meio estava Einstein (1879-1955), que demoliu a teoria do tempo de Newton.

Einstein propôs que um modelo de Universo no qual espaço e tempo não são independentes nem absolutos, mas se fundem em um único espaço-tempo quadridimensional. Complicado? É mais ou menos assim: Existem dois irmãos gêmeos com certa idade. Um resolve ser astronauta e viaja pelo espaço-tempo no universo aproximadamente 30 anos luz (ida e volta) para um planeta X, por exemplo. Enquanto isso o outro irmão fica na terra levando sua vida. No dia em que o irmão astronauta voltar, provavelmente terão se passado uma média de trinta anos na terra. Então conclui-se que o irmão que ficou na terra estará certa idade mais velho do que o que esteve no espaço. Isso por que o irmão astronauta que viajou no espaço-tempo e esteve sujeito a temporalidade do espaço e não da terra.
Ou seja, o espaço-tempo do Universo é relativo ao espaço-tempo em que o outro irmão ficou exposto na terra. Realmente Einstein foi fantástico nessa abordagem. O tempo é relativo de onde vc está e como esse tempo influencia no seu corpo.
Na minha próxima postagem eu continuo com essa temática questionado: Será que tempo é dinheiro?
Até lá!

Colaboração do artigo Mascaras do tempo da revista Scientific American: www.sciam.com.br

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# postado por Danilo Mota : 9/20/2007
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