Desconsiderando as vendas de passagens aéreas, automóveis e leilão pela internet, o comércio eletrônico brasileiro fechou 2009 com faturamento de R$ 10,6 bilhões. Segundo o relatório Web Shoppers - divulgado semestralmente pela consultoria e-Bit - os números superaram as expectativas traçadas diante de um ano de crise econômica mundial. "O setor apresentou crescimento cerca de 10% superior ao que estimávamos no final de 2008. Houve, de fato, uma certa retração no primeiro semestre, mas a recuperação foi bastante representativa nos últimos seis meses", colocou Pedro Guasti, diretor geral da e-Bit.
De acordo com o executivo, essa também seria a razão para que, pela primeira vez na história, o faturamento do Dia das Mães fosse ultrapassado por outra data comemorativa. No caso, os valores movimentados pelo Dia das Crianças foram cerca de R$ 10 milhões superiores.
Com tíquete médio de R$ 335, o comércio eletrônico ganhou ainda novos consumidores e viu sua base de clientes aumentar em 33% no período de um ano. "Desses, cerca de 60% são consumidores com menor poder aquisitivo", acrescenta Guasti, que credita esse crescimento ao aumento no índice de confiança dos internautas, já que mais de 86% das pessoas que compraram online se disseram satisfeitas em pesquisa.
"Esse tópico também é observado quando fica evidente que as primeiras compras não são mais formadas por itens de pequeno valor. As pessoas já começam suas vidas de e-consumidores comprando eletrodomésticos, por exemplo", explica.
Com a perspectiva de que o crescimento seja mantido - principalmente em razão do avanço dos grandes varejistas na rede -, consultoria estima que, até o final do ano, o comércio eletrônico fature cerca de R$ 13,6 bilhões. Os números, de acordo com Guasti, são bastante realistas e devem ser atingidos por ser esse um ano de Copa do Mundo e recuperação econômica definitiva.